Uma D10 velha e um sonho: irmãs de Bela Vista levam projeto de apiário ao Domingão do Huck

Uma D10 velha e um sonho: irmãs de Bela Vista levam projeto de apiário ao Domingão do Huck

As irmãs de Bela Vista de Goiás, Moryany e Thauany Guimarães Cardoso, responsáveis pelo Apiário Amor e Mel, estarão no Domingão do Huck, no próximo domingo (14), às 14h. As empresárias, com a também irmã Nathany (que não pode ir, pois está com “bebezinho novo”), chegaram ao programa graças a uma D10 velha e o sonho de expandir o negócio e auxiliar pequenos produtores da região, incentivando a apicultura. A participação já foi gravada.

Ao Mais Goiás, a irmã mais jovem, Moryany, contou toda a história de como elas começaram o negócio até chegar ao Domingão do Huck. Ela disse que a paixão pelas abelhas veio do pai, o policial militar Eudes Lobo Cardoso. “Há mais de 30 anos, entrou um enxame de abelhas dentro da igreja que ele frequentava no distrito Roselândia, em Bela Vista, e ele foi tirá-las para que as pessoas não as matassem. Sem nenhum conhecimento. Depois disso, ele resolveu pesquisar como cuidar de abelhas. Então, eu e minhas irmãs crescemos acompanhando nosso pai fazendo o manejo com as abelhas”, detalhou. “Desde cedo vivemos no meio das abelhas, participamos de congressos e cursos.”

Ela revela que os vizinhos – e pessoas nem tão próximas – sabiam que a família atuava com as abelhas e começaram a bater na porta deles para comprar mel. “Não tinha nem rótulo. Não era um negócio, era só uma segunda renda para o meu pai.” Porém, com a pandemia da Covid-19, Eudes decidiu se aposentar (do serviço público e das abelhas).

Nesse momento, as irmãs decidiram assumir e transformar o apiário em negócio, dando um nome para ele. “O Apiário Amor e Mel. O negócio foi crescendo, aumentamos o número de abelhas, chegando a 200 colmeias, com produção de mel de agosto a outubro, quando as flores do cerrado brotam. Vendemos o ano todo por delivery, com estoque em Goiânia (mas o apiário fica em Roselândia). E somos nós três que fazemos tudo. Desde o manejo, o melhoramento genético, a produção de rainhas, as visitas, as revisões…”

Os produtos são de quatro tamanhos e preços. De 280 gramas a 1,4 mil gramas. Os itens incluem também própolis, geleia real, um mix de castanha com mel, favo, suporte para favo e mais.

As irmãs e a famosa D10 (Foto: Arquivo pessoal)

Chamou atenção

Moryany revela que, durante os anos de trabalho que se seguiram, elas compraram um “carro velho”, uma D10 do ano de 1979, uma vez que as abelhas ficam no “meio do mato” e é preciso atravessar um pasto. “E começamos a postar nosso dia a dia no Instagram. A D10 quebrava o volante, fundia o motor… E as pessoas gostavam de assistir a gente sofrendo”, brincou.

A rotina atraiu muito interesse e elas participaram de um programa regional, depois de outro. Moryany, então, decidiu inscrever as irmãs para o Lata Velha (por causa da D10), do Huck. Como esse quadro não existia mais, o programa as convidou para o The Wall (um game show de perguntas e respostas com um enorme painel luminoso), que vai ao ar neste domingo – só vendo para saber o resultado.

“Quando fomos participar, eles perguntam qual o nosso objetivo com o dinheiro. O primeiro era reformar a D10, que está toda ‘arregaçada’”, diz aos risos. “O segundo é um construir um galpão maior, pois o nosso atual é pequeno. Muitos apicultores nos procuram e pedem ajuda, mas devido à estrutura, não temos conseguido.”

Assim, para as irmãs, a participação no quadro é mais que um valor em dinheiro. “Simboliza a realização de mulheres do campo e da terra. Crescemos na roça e fizemos da nossa profissão. Conhecemos tantas outras que têm as mãos calejadas, que vivem do campo, da colheita do açafrão, da produção de mandioca, da venda de hortaliças. Elas não são vistas e não são faladas, nem valorizadas. Somos nós que carregamos a agricultura familiar deste país.” Mostrar que dá para viver da natureza, sem explorar e abusar da natureza, é uma realização, garante Moryany.

Por fim, ela afirma que o único empecilho que elas enfrentam, atualmente, é a falsificação. “O que atrapalha nosso comércio de mel puro é o mel falsificado, que é quase 80% somente em Goiânia”, lamenta. “Não temos incentivo, só um desincentivo, que é a falsificação.”

A participação no programa vai ao no domingo (Foto: Arquivo pessoal)
A paixão pelas abelhas foi herdada do pai (Foto: Arquivo pessoal)

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Fonte Original Mais Goias

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