Os melhores livros de ciência e saúde de 2025

Os melhores livros de ciência e saúde de 2025

Minha colega multitarefas Chloé Pinheiro, premiada editora de VEJA SAÚDE, me convidou a eleger os cinco grandes livros de ciência e saúde que passaram pela minha cabeceira em 2025 para a newsletter de divulgação científica da qual é curadora, a Polígono News. Missão aceita!

Em comum acordo com ela, decidi compartilhar minhas escolhas aqui também no Conta-Gotas. Como toda lista, esta nasce idiossincrática e circunstancial. Mas acredito que traz uma boa seleção de obras poderosas e instigantes – mérito não só de seus autores, mas das editoras que permitiram levá-las aos leitores brasileiros. Lá vamos nós…

Os meninos de Hidden Valley Road

Autor: Robert Kolker
Tradução: George Schlesinger
Editora: WMF Martins Fontes
Páginas: 480

Essa é a dramática história de uma família que ajudou a redefinir as causas da esquizofrenia. Uma família americana de 12 filhos, sendo seis deles diagnosticados com doenças mentais. Uma família marcada por episódios de alucinação, delírio, agressão, abuso sexual, uso de drogas, prisões… E que mobilizou a esperança por um tratamento ao mesmo tempo que se entregou à ciência para tentar decifrar, em seu sangue e DNA, o que acontecia de errado com a cabeça de seus garotos. Um trabalho jornalístico de fôlego que deu origem a um relato absurdamente tenso e tocante.

OS MENINOS DE HIDDEN VALLEY ROAD, de Robert Kolker (tradução de George Schlesinger; WMF Martins Fontes; 480 páginas; 99,90 reais)

Na saúde e na doença

Autor: Olavo Amaral
Editora: Objetiva
Páginas: 368

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O médico, escritor e pesquisador compõe quatro ensaios que tocam em feridas da medicina atual – todas elas causadas pelos conflitos entre ciência e vida real. As campanhas de rastreamento para o câncer de próstata sem evidências convincentes, o fenômeno dos rótulos de doenças mentais, a ode à medicina personalizada e a discussão em torno do tratamento precoce da covid em meio ao fervor da pandemia são eviscerados por uma prosa provocadora, feita com esmero jornalístico e conhecimento (e humildade) de causa. E é assim que assistimos a debates pretensamente técnicos virarem quase briga de torcida.

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Mercadores da dúvida

Autores: Naomi Oreskes e Erik Conway
Tradução: Fernando Santos
Editora: Quina
Páginas: 512

O livro que denunciou como a indústria de combustíveis fósseis empregou as mesmas táticas e os mesmos agentes da indústria do tabaco para confundir a opinião pública sobre as mudanças climáticas já nasceu clássico – e está mais relevante do que nunca. Esse brilhante trabalho investigativo de dois historiadores da ciência, finalmente publicado no Brasil, mostra como as evidências podem ser distorcidas ou negligenciadas em nome dos lucros. Uma história que aconteceu com o cigarro, repetiu-se com a chuva ácida e o buraco na camada de ozônio, foi resgatada com o fumo passivo e finalmente emergiu diante do aquecimento global.

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Mentes geniais

Autor: Mario de la Piedra Walter
Tradução: Silvia Massimini Felix
Editora: Todavia
Páginas: 256

Esse livro delicioso é uma espécie de retrato do(s) artista(s) segundo a neurociência. Dostoiévski, Borges, Kandinsky, Frida Kahlo, Virginia Woolf… Todos esses grandes nomes da arte e da literatura são convocados pelo autor, um neurocirurgião mexicano radicado em Berlim, para refletir sobre as intersecções entre o funcionamento do cérebro (e suas patologias), a eclosão da criatividade e as manifestações psíquicas materializadas em obras que fizeram história. Vamos da sinestesia – a capacidade que algumas pessoas têm de enxergar sons ou cheiros em cores – à ideação suicida. E, no percurso, penetramos os mais profundos (e sombrios) recantos da produção artística.

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Os monstros de Hitler

Autor: Eric Kurlander
Tradução: Gisele Eberspächer
Editora: Zahar
Páginas: 552

Baseado em farta pesquisa, o historiador americano mostra como a pseudociência e o imaginário sobrenatural foram cultivados pela cúpula nazista e inclusive influenciaram tomadas de decisão e os planos tenebrosos de autoridades do Terceiro Reich. Um comportamento que envolveu o uso de horóscopos para os líderes do regime, mapeamentos de energia do solo, busca de armas lendárias, além de explicações místicas sobre a origem da suposta raça superior. Os estudos do autor ainda apontam a estreita ligação entre crenças ocultistas e teorias da conspiração com governos totalitários – sim, estamos assistindo a esse filme de novo pelo mundo.

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(Capa: Zahar/Reprodução)

 

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