A única estrela que sobreviveu ao vexame de Vale Tudo em 2025

A única estrela que sobreviveu ao vexame de Vale Tudo em 2025

Quando a Globo decidiu apostar em uma nova versão de Vale Tudo em 2025, a promessa era revisitar um clássico da teledramaturgia com verniz contemporâneo e relevância atual. O que se viu, porém, foi um remake marcado por audiência aquém do esperado, críticas persistentes ao roteiro e uma condução irregular que expôs as fragilidades do projeto comandado por Manuela Dias, responsável pelo remake da trama originalmente escrita por Gilberto Braga (1945-2021), Leonor Bassères  (1926-2004) e Aguinaldo Silva e exibida em 1988. Em meio ao desgaste generalizado, porém, um nome escapou praticamente ileso do vexame: Débora Bloch. Escalada para viver Odete Roitman, personagem marcante da versão original interpretada por Beatriz Segall (1926-2018), a atriz entregou uma composição segura, técnica e consciente do peso histórico do papel, destacando-se num conjunto que raramente encontrou equilíbrio.

Enquanto a trama patinava em conflitos pouco convincentes e tentava atualizar temas que já haviam sido tratados com mais contundência no passado, Bloch apostou na contenção. Sua Odete foi menos histriônica e mais calculada, sustentada por frieza, sarcasmo elegante e domínio absoluto de cena. O contraste com o restante da novela tornou-se evidente ao longo dos capítulos: muitos atores pareceram reféns de diálogos truncados e situações dramáticas mal resolvidas, sintomas de uma adaptação problemática e de uma direção incapaz de dar unidade ao elenco. Bloch, ao contrário, operou no detalhe — pausas precisas, olhar afiado e controle narrativo — e conseguiu fazer suas cenas funcionarem mesmo quando o capítulo falhava como um todo.

A travessia incólume da atriz pelo fracasso de Vale Tudo não é acaso. Com trajetória sólida e repertório amplo, Débora Bloch demonstra mais uma vez a capacidade de preservar o próprio prestígio mesmo em projetos irregulares. Ao assumir Odete Roitman, parecia clara a consciência de que não salvaria a novela, mas poderia, ao menos, preservar a dignidade do personagem e a sua própria. No balanço final, o remake de 2025 entra para a lista de apostas que não se justificaram; para Bloch, fica o registro de resistência artística: em um naufrágio coletivo, foi a única estrela a sair sem arranhões relevantes na imagem.

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