Ex-primeira-dama da Coreia do Sul é acusada de aceitar suborno para interferência política

A ex-primeira-dama da Coreia do Sul, Kim Keon Hee, interferiu em assuntos de Estado em troca de objetos de valor e dinheiro, afirmou o promotor especial Min Jung-ki nesta segunda-feira, 29. A declaração ocorre um dia após a conclusão da investigação de um ano sobre supostos esquemas de corrupção e sobre a tentativa do ex-presidente Yoon Suk Yeol de impor uma lei marcial no país para permanecer no poder. Tanto Yoon quanto Kim estão presos e negam qualquer irregularidade.
Em coletiva, Min disse que Kim “se aproveitou do status de esposa do presidente para receber dinheiro e bens valiosos, e esteve amplamente envolvida em diversas nomeações e indicações de pessoal”. Como consequência, as instituições sul-coreanas foram “gravemente prejudicadas pelos abusos de poder” da antiga primeira-dama. Ao todo, ela teria recebido 377,25 milhões de wons (cerca de R$ 1,4 milhões) em subornos.
“Várias pessoas sem nenhum denominador comum entre si visitaram Kim Keon-hee, não o presidente, e pediram o que queriam, entregando dinheiro e bens”, acrescentou o promotor especial adjunto Kim Hyeong-geun. “Como resultado, o pedido deles foi atendido.”
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Segundo a Promotoria, ela violou leis do mercado de capitais, de investimentos financeiros e de financiamento político. A ex-primeira-dama é acusada manipular os preços das ações da Deutsch Motors, concessionária local da BMW, entre 2009 e 2012. Kim também teria recebido milhões em financiamento político ilegal através de serviços gratuitos de pesquisa de opinião, influenciando a seleção de candidatos do partido conservador Poder Popular nas eleições suplementares de 2022.
A esposa de Yoon teria, ainda, aceitado presentes de luxo, como bolsas Chanel, da Igreja da Unificação, por meio de um intermediário xamã, em troca de projetos de desenvolvimento no Camboja. No início de dezembro, os promotores pediram uma pena de prisão de 15 anos para a ex-primeira-dama. Para além de Kim, a A equipe de acusação indiciou o líder da Igreja, Han Hak-ja.
