Aliados de Bolsonaro avaliam que pesquisa Quaest dá mais fôlego à candidatura de Flávio

Aliados de Bolsonaro avaliam que pesquisa Quaest dá mais fôlego à candidatura de Flávio

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Lula aparece com 46% das intenções de voto, contra 36% de Flávio Bolsonaro no segundo turno

Aliados de Bolsonaro avaliam que pesquisa Quaest dá mais fôlego à candidatura de Flávio (Foto: Agência Senado)

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(O Globo) A pesquisa Quaest divulgada nesta terça-feira produziu um efeito imediato no entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro: surpresa, alívio e um possível sinal de fôlego para a pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

O trecho do levantamento visto por interlocutores como o ponto de virada é o cenário de segundo turno entre o senador e o atual presidente. Lula aparece com 46% das intenções de voto, contra 36% de Flávio Bolsonaro. O dado passou a ser tratado por aliados como um marco simbólico para a pré-candidatura — uma espécie de autorização para que ele deixe de ser apenas “o filho” e passe a ser encarado como candidato de verdade.

A reação mais intensa não veio da diferença de dez pontos em favor de Lula, considerada menor do que o esperado, mas da comparação interna que a pesquisa permite. No mesmo levantamento, Lula aparece com 45% contra 35% do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que até aqui vinha sendo apontado como o nome mais competitivo da direita para enfrentar o petista.

O desempenho de Flávio, numericamente superior ao de Tarcísio, foi lido por bolsonaristas como um dado que reorganiza o debate interno sobre sucessão e viabilidade eleitoral. Na ala mais próxima ao senador, a avaliação é de que os números alinhados ao discurso do governador de que deseja ser candidato à reeleição podem sacramentar o cenário.

— Flavio só vai subir, crescer. É uma máquina de transferir votos. Vai ser uma luta muito grande, mas ele vai se preparar para isso e vai crescer. Vou entrar em campo pelo apoio do Centrao. Em janeiro vamos para a guerra, conversar com todos os partidos que sempre caminharam conosco. O centro e a direita estarão unidos — disse Valdemar Costa Neto.

Segundo dirigentes do PL e aliados próximos à família Bolsonaro, a Quaest muda o “clima psicológico” da pré-campanha. Até agora, a aposta em Flávio era vista majoritariamente como uma estratégia defensiva, voltada a manter o controle do bolsonarismo diante da prisão de Jair Bolsonaro. A partir da pesquisa, a leitura passa a ser outra: Flávio pode conquistar viabilidade.

Nos bastidores, a avaliação é que o levantamento oferece algo que faltava ao senador, o lastro político mínimo para sustentar o discurso de candidatura. Um dirigente afirma que a pesquisa funciona como um “sinal verde” para que Flávio passe a se comportar publicamente como candidato, intensifique agendas e dispute espaço com outros nomes da direita.

O próprio senador tratou de explorar essa interpretação. Em declaração após a divulgação do levantamento, Flávio afirmou que os números refletem um movimento recente dentro do bolsonarismo.

— As pesquisas começam a captar a onda que nasceu nos últimos dias. Mas ainda estão longe de mostrar todo o retrato— disse.

Para este grupo, a pesquisa também fortalece a posição da família Bolsonaro nas negociações internas com o centrão e com setores do empresariado que vinham defendendo uma candidatura alternativa à direita, fora do núcleo bolsonarista.

No entanto, ainda há ceticismo sobre a capacidade do senador de ampliar seu eleitorado para além da base fiel do bolsonarismo.

Fonte Original Mais Goias

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